segunda-feira, 8 de setembro de 2025

21 semanas - #2 - Shamata Impura

A segunda semana do roteiro de 21 itens do CEBB é a Shamata Impura.

Sentado em meditação, observo um ponto fixo à minha frente e mantenho a atenção nele. Observo minha respiração, observo a mente se debatendo e retorno a atenção ao ponto fixo, o tempo todo. Chamamos essa prática de Shamata Impura porque ela possui um objeto fixo e externo de foco. Normalmente, após alguns minutos, toda a imagem que vemos fica borrada e o único ponto nítido é o nosso objeto de foco.

#segunda feira: recordo os votos da motivação. Grande dificuldade em manter a atenção fixa em um único ponto. A mente tenta, de todas as formas, sair dessa armadilha. Lembra de coisas a fazer, textos a escrever, contas a pagar, coisas a falar. Não tendo saída, ela provoca sono, divagações e sonhos. Retorno para o presente, incessantemente. Nenhum samadhi ou momento de plena atenção.


21 semanas - #1 - Motivação

O CEBB (Centro de Estudos Budistas Bodhisatva) possui um programa de 21 dias de meditação, que já fiz diversas vezes. Mas, desta vez, vou fazer o programa em 21 semanas. 

Assim, tenho mais tempo para aprofundar a compreensão em cada um dos itens abordados.

A primeira semana teve como tema a MOTIVAÇÃO.

Eu iniciei com a motivação que eu tinha: me tornar uma pessoa melhor e ver as coisas com maior clareza. 

Entendi que não era suficiente. Eu precisava incluir o resto do mundo nessa motivação, senão ela seria fraca e não me levaria muito longe.

Terminei entendendo que minha motivação para a prática é:

"Praticar para parar de prejudicar os seres, para beneficiar todos os seres, para ter maior controle sobre minha mente e assim ter os meios hábeis para saber a melhor forma de fazer tudo isso".

Dá pra resumir mas, em suma, é isso.

Daqui em diante continuo com o programa. O próximo item é a Shamata Impura.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Decifrando a mente #1: os cinco Skandhas

Os cinco Skandhas, no budismo, são: forma, sentidos, percepções, formações mentais e consciência.

Forma: o seu corpo não é você. Ele é impermanente, muda o tempo todo e é parte de tudo o que existe a seu redor. Seu corpo é apenas um amontoado de moléculas, organizadas em células, cada uma com uma função, e em lugar algum de seu corpo é possível encontrar um único átomo que seja "você". Nenhuma forma é real, sólida e permanente. Uma árvore não é uma árvore, é um conjunto de infinitas coisas que chamamos de árvore.

Sentidos: Visão, audição, olfato, paladar, tato. Olhos, ouvidos, nariz, língua e corpo. São as "portas de entrada das percepções". Não são você, são apenas impressões impermanentes e limitadas do mundo a seu redor.

Percepções: A projeção que sua mente coloca sobre as impressões captadas pelos sentidos. É impermanete, mutável e depende dos estados mentais que estão atuando em cada momento. 

Formações Mentais: Seus pensamentos são impermanentes e dependem dos mapas mentais que estão atuando, das suas referências, memórias, energias, contextos, enfim, a sua mente cria e modifica as formações mentais o tempo todo e elas não são você.

Consciência: Ela é impermanente, depende de seus conhecimentos, da sua atenção e no que você está focado no momento. Quando você está inconsciente, ainda assim continua vivo, portanto, sua consciência não é você.

Nos últimos noventa dias, tenho observado a minha mente em detalhes, tentando organizar as coisas e entender o funcionamento da mente. Acabei fazendo um mapa mental bem interessante, que começa com as formas, os sentidos, passa para as percepções, para a formação mental e, por último, para a consciência. Entendi que, em síntese, nada mais era do que a descrição dos cinco Skandhas, já estudado exaustivamente há milhares de anos pelos filósofos da India. O budismo incorporou os cinco Skandhas por entendê-los como verdadeiros, e minha própria experiência também levou ao mesmo entendimento.

Esse é o mapa que fiz desse estudo:


Então, vou manter esse mapa, explicando em detalhes cada um dos itens de acordo com o meu entendimento. Segundo os cinco Skandhas, eu deveria começar pelas formas, mas vou abordar as formas em uma futura postagem sobre o Prajnaparamita. Vou seguir meu estudo, começando pelos cinco sentidos:

Visão: nossos olhos enxergam a refração da luz sobre as moléculas, conforme aprendemos na escola: um raio de luz é refletido pela molécula, e sua cor e intensidade dependem do ângulo do nosso olho em relação à molécula e à fonte de luz, das propriedades ópticas do meio, da velocidade da luz no meio, e do desvio de direção do raio de luz. Assim, uma fonte de luz branca intensa pode bater na molécula, ser refletida e chegar a nossos olhos com uma cor vermelha fraca, por exemplo. Mas a molécula, em si, não tem cor nenhuma. São apenas partículas infinitamente pequenas em um vasto espaço vazio. A cor da molécula depende unicamente da refração da luz que incide sobre ela. Assim, uma azeitona, por exemplo, não possui cor nenhuma em si. Mas a luz que reflete sobre suas moléculas nos dá a impressão de que ela é verde. Se desligarmos as luzes, não enxergamos mais a azeitona, mas ela continua ali, exatamente igual. Se jogarmos uma luz colorida sobre ela, ela terá uma cor diferente do verde. Nossos olhos apenas captam essa refração da luz, montando um quadro de cores que será interpretado pelo nosso cérebro. A propósito, nós enxergamos tudo de cabeça para baixo e invertido. Nosso cérebro é que ajusta essa imagem, "desinvertendo" ela, sem que sequer a gente perceba isso. Ademais, não conseguimos enxergar todo o espectro de cores existentes, apenas as que estão acima do infravermelho e abaixo do ultravioleta.
Audição: Tudo o que existe no Universo é frequência. Os átomos se movem em determinadas frequências, assim como todos os materiais, planetas e galáxias inteiras. A Terra "respira" em frequências de 26 segundos e isso já foi até constatado pelos cientistas. As frequências produzem deslocamentos no ar, chamados de ondas sonoras. Nossos ouvidos possuem pequenos ossinhos e membranas que são capazes de captar essas ondas, interpretando-as como som audível. Temos uma capacidade bastante limitada para as frequências sonoras que somos capazes de ouvir: apenas os sons entre 20 hertz e 20.000 hertz. Por isso, não escutamos os apitos para cachorros, por exemplo, nem a maioria das ondas sísmicas da Terra, captadas normalmente por quase todos os animais que existem. Também não ouvimos sinais de rádio nem de microondas, que apesar de serem frequências eletromagnéticas, não produzem ondas sonoras. Essas frequências podem ser captadas e interpretadas por mecanismos específicos, como o seu celular, por exemplo, mas não pelos seus ouvidos.
Olfato: As propriedades organolépticas dos elementos químicos podem ser percebidas pelos sensores olfativos que temos em nosso nariz, com maior ou menor precisão dependendo de cada indivíduo. Os elementos químicos possuem uma certa volatidade, ou seja, eles "evaporam" em moléculas que podem ser carregadas pelo ar. Quanto mais volátil for o material, maior o cheiro que sentimos. Por isso o vidro não tem cheiro, afinal, sua volatilidade é quase nula, enquanto sentimos muito intensamente o cheiro de gasolina, pois ela evapora com facilidade. Cada molécula possui uma característica organoléptica própria que a identifica, e  nosso cérebro aprende a identificá-las. Dessa forma, quando sentimos cheiro de laranja, sabemos que é cheiro de laranja porque já sentimos esse cheiro antes e conseguimos identificá-lo como tal. Mas nosso olfato é muito limitado. Aves de rapina conseguem sentir o cheiro de um animal morto a quilômetros de distância, cães possuem um excelente faro e são capazes de seguir rastros usando apenas o olfato. O nosso espectro olfativo é bem restrito e, por isso, não sentimos o cheiro do monóxido de carbono, por exemplo, que é um gás tóxico e mortal.
Paladar: nossas papilas gustativas são capazes de identificar e combinar os vários sabores, que podemos classificar genericamente como: doces, azedos, salgados, amargos e umami. Para quem não sabe, "umami" é conhecido como o "quinto sabor" e descreve uma sensação saborosa e carnuda que intensifica outros sabores. É detectado através de aminoácidos como o glutamato, encontrado em queijos, tomates maduros, carnes e cogumelos. Mas nosso paladar é muito restrito. Ao tomar um copo de água, não somos capazes de identificar com muita precisão os elementos que estão nela. Apenas pessoas com um paladar muito apurado e após anos de treino é capaz de diferenciar um determinado vinho em comparação com outro do mesmo tipo.
Tato: Por ser o mais antigo e primordial de todos, o tato é o mais preciso e complexo sentido que possuímos. Conseguimos sentir o toque mais suave da mais leve pluma em nossa pele. Sentimos quando algo está quente ou frio, se é duro ou mole, áspero ou liso. Sentimos as formas dos objetos que tocamos, até o ponto de conseguirmos ler textos em braille. Por ser tão intenso e primitivo, o tato é o principal sentido que nos desperta a sensualidade. Mesmo assim, não somos capazes de entender que a solidez dos materiais é apenas uma repulsão eletromagnética em nível atômico. Pegamos uma pedra na mão e a sentimos como sólida, mas se observarmos essa mesma pedra em um microscópio eletrônico, veremos apenas moléculas organizadas, mas com vasto espaço vazio entre elas. As moléculas se atraem e se organizam, criando uma superfície de repulsão que apenas sentimos ser sólida. Uma janela de vidro parece ser sólida, mas conseguimos enxergar através dela, ou seja, há espaço entre as moléculas suficiente para que a luz a atravesse normalmente. Um raio x consegue atravessar nosso corpo como se fôssemos feitos de gelatina. Aquilo que nosso tato nos diz que é sólido, na verdade não é tão sólido assim. A água é líquida, mas abaixo de 0ºC, suas moléculas se organizam de outra forma e ela fica sólida. E, acima de 100ºC, vira vapor. Mas continua sendo a mesma água, a mesma molécula, apenas organizada de forma diferente. Nosso tato não consegue entender isso muito bem.
Há ainda outras percepções que extrapolam os cinco sentidos, que chamamos de "percepções extrasensoriais", como a telepatia e a clarividência, mas vamos nos ater apenas aos cinco sentidos tradicionais. 
Resumindo, os cinco sentidos nos trazem informações a respeito do mundo ao nosso redor, de forma limitada e obtusa, mas suficiente para conseguirmos entender o ambiente e interagir com ele. Nas próximas postagens, abordaremos a forma como nossa mente percebe e interpreta essas informações.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Kyoshu - Prática Forte

No domingo, dia 01 de Abril, a Comunidade Zen Budista de Florianópolis realizou um Zazenkai nas encantadoras dependências do Recanto Champagnat, da ordem Marista.
Neste Zazenkai foi realizada uma cerimônia de Jukai, sob coordenação da Monja Dai-En Roshi, uma das mais importantes e eminentes celebridades da escola Soto-Zen nas américas.
Nesta cerimônia, recebi meu Rakussu e meu nome no Dharma: Kyô-Shû, que quer dizer "Prática Forte".
Kyoshu também é uma das belíssimas ilhas do Japão e até nome de uma famosa missionária de uma igreja messiânica de certa relevância mundial. Mas o que importa é compreender o que é "Prática Forte".

O nome do Dharma pode representar um objetivo, um ponto de atenção ou mesmo uma missão para o praticante. Nesse caso, entendo que preciso dedicar um pouco mais de energia à minha prática.


Atravessando o deserto

Nas mais diversas tradições e filosofias que buscam reconectar a pessoa a Deus ou à Natureza Última, incluindo o budismo, há um período no caminho que é chamado de o Grande Deserto. Jesus, Maomé, em todas as literaturas sagradas existem relatos de travessias de desertos como metáforas para esse período do caminho.

No começo de todos os caminhos, tudo é novidade. Tudo brilha. Tudo é possível. Você faz as práticas e elas vão dando resultados. Você enxerga as coisas mais coloridas e com mais realidade. Você se empolga e começa a praticar mais, buscando cada vez melhores resultados. Mas aí chega o Grande Deserto.

Nesse período, parece que nada acontece. Não há mais insights, samadhis, tudo fica mais difícil. A prática passa a não ter mais sentido. Tudo fica cinza e insosso. Tudo é terrivelmente normal.

Esse período pode durar anos ou até uma vida inteira. A pessoa abandona a prática. Não tem mais motivo para se privar dos prazeres da vida. A iluminação é impossível, não tem por que abandonar a vida comum. Não há nada a se alcançar.

Mas, em determinado momento, o praticante se dá conta de que está no Grande Deserto. Se recorda de como era bom ter aqueles pequenos insights e enxergar a vida de uma forma mais colorida e nítida. Então, ele volta a praticar.

E, como por mágica, todas aquelas sensações voltam. As coisas começam a se conectar, o praticante consegue entender melhor o caminho, pois passou bastante tempo e ele conseguiu entender isoladamente cada prática, e agora ele entende como tudo se conecta. Agora ele sabe até onde o caminho leva.

Pode parecer estranho, mas o caminho não leva a lugar algum. Não há ganho, nem perda. Não há benefício, nem malefício. Não há iluminação, nem não-iluminação. Não há nada a ser alcançado, nenhuma realização, nenhum poder mágico a ser adquirido. Não há alguém a ser iluminado.

Buda poderia ter começado seus ensinamentos explicando os 12 Elos, ou a Roda da Vida, com os Seis Reinos e os Três Venenos, ou descrevendo o Nirvana. É o cerne do budismo. Mas não, ele começou explicando as Quatro Nobres Verdades e o Nobre Caminho Óctuplo. Não foi por acaso, pois a Roda da Vida está na Segunda Nobre Verdade, o Nirvana está na Terceira e o Nobre Caminho Óctuplo na Quarta. Está tudo ali, conectado. Tudo faz sentido e, de qualquer ângulo que se observe, todos os ensinamentos sempre, sem exceção, apontam para a Natureza Última. Optar por começar a ensinar pelas Quatro Nobres Verdades foi uma decisão brilhante e didática, pois todos conseguiriam entender. Afinal, todos estão sujeitos a Dukkha e entendem o que é o sofrimento.

Os 12 Elos descrevem como são criadas as identidades (javali, galo e cobra, os 3 venenos) que levam a Dukkha. O primeiro elo é Avidya, ou seja, a perda da visão, a perda da Mente Buda. É nesse momento que nasce o javali, que vai dar origem a todo o resto. É nesse momento que criamos as bolhas de realidade, as identidades, os egos, as ilusões. Da ilusão vem o apego a tudo o que sustenta essa identidade (o galo) e a aversão a tudo o que desafia ou nega essa identidade (a cobra). O caminho budista é simples: abandonar Avidya e retornar a Vidya (visão), a Mente Buda. Simples assim, mas astronomicamente distante de ser fácil, pois não queremos de jeito algum abandonar nossas identidades.

Quando atravessamos o Grande Deserto e entendemos como tudo se conecta, tudo passa a fazer sentido. Podemos ver claramente o caminho e até onde ele leva. Sabemos que não há ganho algum no final, pois não há identidade a ganhar alguma coisa. Mas sabemos que, despertos na Mente Buda, estaremos evitando provocar qualquer dano ou malefício a nenhum ser vivo, teremos consciência e meios hábeis para beneficiar o máximo possível de seres e teremos domínio sobre a nossa mente. 

Nenhum título honorário por isso. Nenhum reconhecimento. Nenhum prêmio. Apenas a clareza de saber como fazer o bem, evitar o mal e dominar o cabeção. O despertar não é individual, pois não há indivíduo a ficar desperto. Não é a mente nem a identidade criada pela mente que desperta. É a Mente Buda, juntamente com todos os seres e tudo o que existe no Universo. Ninguém desperta sozinho. Não há iluminação sozinho. É por isso que a primeira das quatro qualidades incomensuráveis é justamente o amor. O amor traz a compaixão, que traz a alegria, que traz a equanimidade. Sem amor, sem compaixão, o caminho nem começa.

E o caminho só começa de verdade depois do Grande Deserto. É nesse período que encontramos a motivação, o primeiro passo do caminho. Só depois de entender que não há uma identidade que possa alcançar a iluminação sozinha, que todos os seres possuem (e são) a Natureza Última, que os seres estão deludidos e que precisamos abandonar as identidades para poder despertar a Mente Buda, para então poder parar de prejudicar e poder ajudar todos os seres a também alcançarem juntos o Despertar, só então é que temos a motivação correta e podemos dar o segundo passo.

Podemos entender racionalmente essa motivação, mas ela só vai fazer sentido mesmo quando a contemplarmos, quando a compreendermos e a realizarmos totalmente. Daí em diante, o caminho se torna possível. Sem a motivação correta, sem amor e compaixão por todos os seres, não há caminho e, portanto, não se chega a lugar algum. Há apenas a perda de tempo, o balançar de um entendimento a outro, poucos avanços e muitos retrocessos. Um caminhar em círculos. Depois da motivação correta, tudo o que existe é o caminho. Todos passam a ser professores do Dharma. Há uma outra energia interna que passa a nos mover, e ela não vem do ego, nem da mente, ela é outra coisa, é uma energia luminosa que cria as realidades de forma pura. Essa energia é vazia de identidades e vai se manifestando em cada passo que damos e aprendemos a nos mover com ela.

É nesse momento que compreendemos o PrajnaParamita: As coisas são, mas não são como achamos que são. Elas apenas são. Não há identidades nas coisas como elas são. Há apenas a vacuidade e essa vacuidade é luminosa. Você não está vendo as palavras que estão escritas aqui. Você está vendo pixels. Mas a sua mente capta esses pixels, projeta uma realidade em cima deles e transforma em letras, em palavras, que então você consegue entender. Mas não há palavra nenhuma aqui. Os pixels são livres das palavras, das formas e do conteúdo. Só há espaço vazio, mas a sua mente acha que tem um texto escrito, e consegue ler, e consegue entender. Mas se os mesmos pixels fossem arranjados em hieróglifos egípcios, talvez você não entendesse nada. É a luminosidade da sua mente que consegue dar significado ao que está escrito aqui. E se outra pessoa ler o mesmo texto, vai entender outra coisa, um pouco diferente do que você entendeu, pois ela tem outros referenciais, outras memórias, outras bases de entendimento e outras opiniões.

E, assim, todo o caminho budista passa a ter um sentido diferente do que achávamos lá no início.

Eu comecei a me interessar pelo budismo lendo os livros do Lobsang Rampa, lá pelos 16 anos. Não tinha nada a ver com budismo de verdade, era mais uma espécie de guia para despertar poderes sobrenaturais, uma historinha bonitinha para boi dormir, mas era o referencial que eu tinha na época. Comecei a estudar o budismo de verdade somente a partir de 2006, há 19 anos. Pratiquei metade do tempo no Zen japonês e a outra metade no CEBB, de tradição tibetana. Mas só agora, em 2025, com 54 anos, fui realmente entender o caminho. 

Antes tarde do que mais tarde.

Se você também está atravessando o Grande Deserto neste momento, não desista. Continue praticando, com menos intensidade, apenas alguns minutos por dia, apenas um ou dois dias por semana. Mas não pare. Ouça palestras, assista vídeos, mantenha o contato com a sua linhagem de preferência, seja de qual tradição ou religião for. Vai chegar o momento em que você atravessará o Grande Deserto e, então, o verdadeiro caminho irá começar.

Boa sorte.