quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Paciência e Tolerância

O mundo moderno nos traz diariamente inúmeras oportunidades para treinar a paciência e a tolerância.
Tenho conexão internet pela Oi na Guarda do Embaú. Cai o tempo todo e às vezes fica o dia inteiro fora. O suporte técnico fala que o problema é com o fio do telefone, que também é da Oi... mas não é a mesma Oi, é outra Oi, então o problema não é com eles....
Além do problema de conexão com a internet, na Guarda do Embaú falta luz pelo menos umas duas vezes por semana, e quando falta, é por horas inteiras a fio. Também ficamos sem telefone de vez em quando.
Em vista de todos esses problemas, e por mais alguns outros, comprei uma conexão 3G com a TIM e aluguei um apartamento na Palhoça para poder trabalhar. Bom... pelo menos aqui não falta luz com tanta frequência. A antena da TIM fica a uns 200 metros daqui de casa, portanto o sinal é excelente. Conecta 3G e seguidamente chega no limite dos 200kbps. Pra um quebra galho, estaria ótimo. Não costumo baixar filmes mesmo.... só que a conexão cai o tempo todo, assim, cerca de 30 vezes por dia.
O modem 3G branco Huawei queimou. Eles não quiseram trocar pois já tinha saído da garantia... aí me venderam um modem preto da Onda. Mas o problema continuou. Aliás, piorou. Passo o dia inteiro tentando reconectar. Perco um tempo enorme que poderia estar utilizando para trabalhar.
Não existe exercício melhor para treinar a paciência do que uma conexão 3G da TIM na Palhoça.
Aliás, sinceramente, não conheço um único serviço prestado aqui na Palhoça que realmente seja de boa qualidade, em nenhuma área.
Isso também é um excelente exercício de tolerância, pois somos obrigados a tolerar essa péssima qualidade na prestação de serviços, sejam os da prefeitura, de limpeza pública, iluminação, telefonia, coleta de lixo, internet, tv a cabo, ou mesmo o atendimento em bancos, lojas, mercados, transporte coletivo, oficinas, clínicas médicas, restaurantes, lavação de carros, imobiliárias, comércio em geral, enfim, e é claro que não poderia faltar o famigerado pedágio.
Gostaria de entender o porquê dessa extrema má qualidade nos serviços. Será porque a população está acostumada (e eu diria até "conformada") com essa situação? Será que é porque a maioria das pessoas daqui nunca foi mais longe do que Biguaçu ou Paulo Lopes e não conhece a realidade em cidades mais organizadas?
É claro que precisamos compreender que as pessoas têm seus problemas e suas dificuldades, e que isso interfere diretamente na qualidade do serviço prestado... mas conexão 3G não é servida por pessoas, e sim por máquinas... e acho muito difícil uma antena emissora de rede UMTS ter dor de cabeça ou cólica.
Aí fica uma pergunta... até que ponto devemos realmente ter paciência e tolerância? E a partir de que ponto devemos exigir a qualidade nos serviços de acordo com o que estamos pagando?

(Como curiosidade: enquanto estava escrevendo esse artigo minha conexão caiu nada menos do que nove vezes)