sexta-feira, 22 de junho de 2012

Desculpem

Às vezes cometemos atos que acabam por ferir e magoar uma grande quantidade de pessoas, próximas ou não, de uma forma por vezes grave e irreversível.

É como uma pequena pedra jogada em um lago. Ela gera ondas para todos os lados. Não tem como conter essas ondas. Não tem como pará-las. Não tem como fazer com que a pedra volte, uma vez lançada.

Portanto precisamos ter muito, mas muito cuidado em relação aos efeitos causados por nossos atos. Somos responsáveis pela dor e pelo sofrimento que serão causados. Não temos como fugir disso. Não há como apagar, como passar uma borracha. A pedra foi lançada, ocorrerão as ondas, não há o que fazer.

Como todas as ondas, elas vão, batem na margem causando estragos e voltam para o seu ponto de origem, portanto todo o sofrimento que causamos irá gerar sofrimento a nós também, de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde.

Peço desculpas a todos por todos os sofrimentos que causei até hoje. Resta-me apenas o arrependimento. Que eu aprenda com este arrependimento e que ele me ensine a me transformar em uma pessoa melhor.

Por favor, esqueçam este Flávio que causou sofrimentos. Foi um ego que falou mais alto, mas ele não sou eu, o verdadeiro Flávio, ele foi apenas um ego superalimentado que causou grandes estragos.

A partir de hoje, sexta-feira, 22 de junho de 2012, viverei uma vida mais regrada, mais reclusa, de acordo com todos os princípios que sempre defendi, de acordo com os preceitos budistas que sigo há quase cinco anos e pelos quais fiz votos há quase três meses.

E também uma vida mais engajada, quero ser uma pessoa mais útil para a sociedade do que fui até agora.


Decido a partir de hoje voltar a viver segundo minha verdadeira natureza.

Peço novamente a todos as mais profundas e sinceras desculpas pelas trapalhadas e por todo o sofrimento que causei. A partir de hoje decido voltar a viver segundo meus princípios, os mesmos princípios que foram ditos por Siddartha Gautama, o Buda Shakyamuni, há mais de 2600 anos:

Evitar o Mal: Evitar causar o sofrimento de qualquer ser vivo. Manter-me longe de pessoas e situações que venham a causar qualquer tipo de mal a mim mesmo ou a qualquer outro ser. Evitar o consumo de qualquer substância entorpecente e não incentivar ninguém a fazê-lo. Evitar usar minha sexualidade de forma a causar sofrimento. Evitar palavras e atos de baixo calão, maliciosas ou que gerem qualquer tipo de desconforto.

Fazer o Bem: Ser útil, ajudar e cuidar de todos os seres, levar o bem, a felicidade e a alegria por onde quer que eu passe. Trabalhar pelo bem de todas as pessoas, especialmente pelas mais necessitadas.

Ser o Senhor da minha Mente: Dedicar-me à meditação, à leitura de bons livros e textos, e a boas práticas que permitam o despertar de minha natureza e à iluminação do caminho de todas as pessoas que eu puder iluminar. Práticas que levem a purificar minha mente, diminuir e eliminar meu ego e a transformar-me em uma pessoa melhor, mais útil, mais humana.

Que todas as pessoas se beneficiem. Gasshô.