domingo, 22 de setembro de 2013

Somos como um rio

Nós somos como um rio.
Nascemos tímidos, puros, de uma simplicidade ímpar, e vamos aos poucos seguindo nossos cursos, reunindo experiências, sentimentos, emoções.
Neste trajeto, o ambiente pode nos poluir e nos tornamos impuros. Ou não.
Por vezes, nossa capacidade de eliminar o que é impuro mantém nossa pureza original. E não nos contaminamos.
Nossas águas podem alimentar inúmeros seres. Somos responsáveis pelo que transmitimos a eles.
Outros seres podem nadar em nossas águas e brincar conosco. Podemos levar alegria a eles.
Por vezes, nossa personalidade pode se inflar a ponto de extravasarmos, como uma inundação. Isso pode beneficiar, como os agricultores que esperam a lama fértil para o plantio, mas também pode prejudicar muito, causando destruição.
Outras vezes, podemos nos tornar áridos e inférteis, causando dores e desolação, como um rio seco e sem vida.
Podemos juntar nossas águas com outro rio e juntos seguirmos alegremente pelo resto do trajeto.
Mais à frente, essas águas podem novamente se separar, cada rio seguindo seu próprio curso. Isso faz parte da natureza.
Podemos ser o lar para o desenvolvimento de outras vidas, como peixes, répteis, algas, pássaros.
E, tal como um rio, um dia chegaremos ao final, levando conosco toda a história do trajeto. Voltaremos a ser um com o vasto oceano da vida nesta Terra. Nada se perde. E um novo ciclo recomeça.
Agora cabe uma reflexão:
Será que estamos carregando conosco todas as dores, sofrimentos, rancores, desilusões? Pra que?
Que tipo de contribuição estamos deixando para os seres que nos acompanham, ou para quem fica, ou para quem simplesmente cruza nosso caminho?
Estamos os alimentando e divertindo, ou destruindo suas vidas, suas casas e propriedades?
Deixamo-nos contaminar pelo meio ambiente ou conseguimos nos manter puros e cristalinos?
E ao chegar ao vasto mar, o que deixaremos para trás? Sorrisos, agradecimentos, ou apenas dor?
Que tipo de rio somos?